Thursday, September 08, 2005

Agacha-te, moço!

Há muito que tenciono escrever sobre este polémico assunto, mas faltava coragem. A hora chegou finalmente, e desta não passa; vamos falar de sanitas!

A polémica irá certamente rebentar assim que comece a comparar a nacionalmente apoiada sanita-tradicional (flush toilet), com a vulgarmente rebaixada sanita-de-agacho (squat toilet).

Argumentos pró sanita-de-agacho:
  • Não existe qualquer tipo de contacto entre a louça e o nosso corpo. A parte mais íntima de nós que interage com o 'meio-ambiente' é a sola das sapatilhas. Doenças, restícios e nojos afins ficam, na pior das hipóteses, a meio metro de nós.
  • Salpicos, zero. Todos nós conhecemos o misto de sensações que resulta da libertação de um belo poio-paraquedista (tipo os seals quando fazem saltos para a água), seguido de um inesperado banho às nadegas e testículos. Nestas pérolas-de-louça o prazer orgásmico de soltar um cagalhão nunca é atropelado por um ataque de pudor e receio, resultado do splash na sanita-tradicional.
  • A rotatividade de clientes/utentes é significativamente melhorada. Dado o desconforto de cagar agachado ou de pé, ninguém lê o jornal ou mesmo a poesia de casa-de-banho. Só lá está quem merece e precisa, o resto é merda, literalmente.
  • Diz quem sabe que estas sanitas são mais fáceis de limpar e mais difíceis de vandalizar. Podíamos perguntar ao escravo-limpa-sanitas do Sudoeste...
  • Há quem diga (e estou a falar de fontes médicas) que o acto de cagar agachado pode auxiliar na prevenção e cura de alguns problemas colo-rectais. Djis... quem diria?

Argumentos contra sanita-de-agacho:
  • Problemas de equilíbrio podem ter um final de merda. Mesmo. O álcool não é amigo destas nossas amigas de louça.
  • Quem tiver má pontaria e/ou falta de experiência nestas andanças, pode ter um problema a seus pés.
  • Apesar de não haver salpicos no rabo ou genitália (pele, portanto), poderão ocorrer alguns na zona dos tornozelos e baixa-perna. Inclusivé salpicos não-aquosos.
  • Para pessoas com problemas nos joelhos ou quadrícepes, esta não é certamente a sanita indicada.
  • Novamente a inexperiência faz-se sentir quando chega a hora de controlar milimetricamente a força exercida nas pernas (para manter a altura e equilíbrio ideais), nas nádegas (para manter o os horizontes alargados) e nos abdominais (para empurrar os filhos da mãe cá para fora). Qualquer défice de força nas nádegas, em detrimento dos outros músculos, resultará numa convivência prolongada com o papel higiénico no final.

E assim ficamos. Resta a cada um tirar as suas ilações, e espalhar a palavra de fé da sua sanita.

Eu continuo a dizer, A importância de um homem vê-se de quão alto caga.

No comments: